As Soft Skills que estão em alta em Portugal
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Soft Skills e Hard Skills o que são
A transformação digital e o avanço da ciência e tecnologia trazem-nos a robótica, o transporte autónomo, a Internet das coisas, a inteligência artificial, as máquinas que aprendem, materiais avançados, biotecnologia e nanotecnologia.
As hard skills são as competências técnicas das pessoas. São ensinadas nas escolas e podem ser específicas em domínios como a programação, design, apicultura, engenharia, direito, medicina, etc. Estas são normalmente certificadas pelas entidades formadoras.
As soft skills mais procuradas por cada organização dependem da cultura e das pessoas que aí trabalham. Estão em causa, as capacidades mentais e emocionais, dirigidas pelo lado direito do cérebro.
A evolução e desenvolvimento das soft skills depende dos líderes que podem ajudar a desenvolver as competências comportamentais dos colaboradores.
Quais são as Soft Skills e os Exemplos das Mais Procuradas pelas Organizações
Pensamento Crítico
Com o aumento da informação disponível e da “confusão informativa” que prolifera nas redes sociais, e até a desinformação que tem estado presente praticamente sem qualquer controlo, é necessário possuir um pensamento crítico e capacidade de interpretação e interligação dos dados e da informação.
As decisões são cada vez mais difíceis de tomar e uma boa decisão tem de ser sustentada, não só com base em informação credível, mas também com pensamento crítico que questione as diversas ações a tomar e suas repercussões.
Mais do que simplesmente executar a tarefa é importante o pensamento crítico. É, por isso, uma das soft skills mais procuradas em qualquer organização.
Não ir pelo caminho aparentemente mais rápido dos rumores ou opiniões encontrados nas redes sociais e banalizados no seio da comunidade.
Análise de Dados
Na maior parte das empresas o ativo mais importante são os dados.
Saber aceder aos dados relevantes para a organização, interpretá-los, interrelacioná-los e estruturá-los, para que possam ser utilizados com clareza e confiança, acrescentando valor à informação já existente, é determinante.
Muitas vezes implica, também, ter o discernimento e o pensamento crítico necessário para pôr em causa a validade de alguns desses dados e averiguar melhor a sua veracidade.
Criatividade
Com a enorme quantidade e rapidez de introdução de novas tecnologias, novos produtos e novas formas de trabalho, a capacidade para trazer inovação, em qualquer campo de atividade, é cada vez mais necessária.
É preciso converter ideias originais em realidade!
Encontrar soluções para novos problemas que se colocam, ou para problemas antigos, com novas soluções mais eficiente e eficazes, é o que se precisa cada vez mais.
A aceitação de ideias e novos processos de trabalho é fundamental para realizar estratégias inovadoras, as quais têm impacto nos processos de mudança organizacional.
A robótica pode ajudar-nos a realizar algumas tarefas mais rapidamente, mas “ainda” não tem a capacidade criativa dos humanos.
Resolução de Problemas Complexos
Resolver problemas complexos, carece de pensamento crítico, alguma criatividade, raciocínio lógico e capacidade de tomar decisões.
Os problemas complexos têm normalmente muitas variáveis com impactos positivos e negativos diversos. É preciso pesar da melhor forma possível os prós e os contras de cada uma das vertentes.
Minimizar o risco e otimizar o resultado final é a melhor forma de solucionar e resolver um problema complexo.
É, também, uma das soft skills mais procuradas pelos recrutadores.
Ética
Entroncando com o pensamento criativo e a capacidade de questionar para a tomada de decisão mais correta, está a ética.
Se, subjacente à tomada de decisão, não forem consideradas as repercussões internas na organização, mas antes o interesse pessoal ou outro incompatível com o interesse daquela, estamos perante uma atitude não ética e, consequentemente, prejudicial à organização.
O comportamento ético é determinante, pois não pode ser replicado com a robotização, inteligência artificial ou qualquer outra mudança tecnológica.
A ética empresarial é o resultado das práticas que os líderes assumem, alinhando comportamentos com a estratégia e valores da organização.
Liderança
Uma boa liderança permite obter os melhores resultados do esforço do grupo de trabalho. A partilha de responsabilidades, a motivação, o respeito e a valorização do mérito tornam mais eficaz a contribuição de cada colaborador para o resultado global da organização.
Antecipar a mudança, estando atento e interpretando os seus sinais no mercado em geral ou no setor específico da atividade da organização, permite orientar a atuação das equipas.
Um clima de confiança e empatia para poder colocar-se no lugar do outro, perceber as suas emoções, favorece a sinergia.
Competências de liderança são necessárias quer para gestores de topo, como para a coordenação de equipas. Equipas dispersas, em trabalho remoto ou híbrido, em estruturas mais fluidas, por vezes em diversos países e culturas, tornam esta capacidade mais relevante.
Capacidade de Negociação
A capacidade negocial apela à ética, capacidade de comunicação para encontrar vias alternativas e solucionar dilemas que se colocam.
Respeito pelo parceiro com quem se negoceia. Saber perceber o ponto de vista do outro e encontrar soluções que sejam do agrado de ambos, pois o resultado de uma boa negociação é quando todas as partes ganham.
Estas capacidades podem em parte ser substituídas pela inteligência artificial, recorrendo a enorme quantidade de informação, mas se for necessário encontrar soluções inovadoras, o humano “ainda” está em vantagem.
Orientação ao Resultado
O profissional de excelência, tem de ser organizado para não se perder no meio de tantas tarefas e prazos a cumprir, bem como ter enfoque nas ações que têm maior impacto nos resultados.
Tem de saber distinguir o importante, do crítico e do urgente. É importante delegar as tarefas que podem ser urgentes, mas não críticas.
Ser resiliente e focado nos objetivos a atingir e, se possível, ultrapassá-los, não cedendo ao stress.
Dar mais importância ao resultado do que ao esforço para o conseguir.
Inteligência Emocional
É cada vez mais importante saber gerir a relação com os outros, reconhecendo as diferenças e comunicando com eficácia.
Uma pessoa emocionalmente inteligente sabe que as suas emoções influenciam o seu próprio comportamento bem como os que o rodeiam.
A capacidade para se colocar no lugar dos outros, para perceber as suas razões, gera a empatia que as máquinas não possuem.
Com o previsível aumento da aceleração do digital e do trabalho remoto, esta interação é ainda mais necessária e essencial nos próximos anos.
Capacidade de Julgamento e Tomada de Decisões
Passar do pensamento crítico, da criatividade e da ética empresarial e conseguir ter a capacidade de julgamento para levar à prática uma ideia.
Nenhuma decisão é absolutamente consensual.
Vistas as vantagens e desvantagens de cada decisão, as diferentes ideias e pessoas que estão contra ou a favor, é necessário conseguir ultrapassar barreiras e tomar a decisão.
Tomar uma decisão errada é melhor do que não tomar qualquer decisão. Uma decisão errada pode ser corrigida e uma não decisão revela ausência das skills adequadas.
Orientação ao Cliente
A orientação para servir os outros parceiros é fundamental, em especial se o trabalho que se executa tiver de lidar diretamente com clientes.
Os colegas e parceiros de negócio, não sendo clientes, devem ser tratados com respeito e simpatia como se destes se tratasse.
Todos devem orientar a sua atuação pelas necessidades de quem mantém viva a organização e respeitar da mesma forma todos os stakeholders, como se de clientes se tratasse.
Flexibilidade Cognitiva
A capacidade de adaptação a funções diferentes ou a suportes de trabalho diversos e a utilização de novas tecnologias e conhecimentos é determinante para enfrentar a transformação da sociedade.
É preciso saber ultrapassar a rotina e os procedimentos habituais, tendo a capacidade para encontrar soluções alternativas e saber adaptar-se a novas situações.
O que pensamos ser verdade hoje pode deixar de o ser no curto ou médio prazo, por isso precisamos de ter a flexibilidade necessária para adequar o nosso processo de pensamento à nova realidade.
A adaptação é fundamental para desenvolver a flexibilidade e ter a resiliência mental necessária para lidar com a constante mudança.
Indivíduos flexíveis são mais abertos à mudança, têm em geral curiosidade pelas coisas novas e estão disponíveis para adquirir novas competências. São mais capazes de se focarem nas oportunidades e não nos obstáculos.
Esta é outra das soft skills mais procuradas pelas organizações, com forte tendência de subida.
Literacia Digital
A capacidade para aprender e utilizar as tecnologias digitais, de forma segura e com eficácia, é fulcral tanto no presente como no futuro.
Pessoas com fortes skills de literacia digital comunicam e colaboram facilmente com as novas ferramentas e tecnologias e entendem melhor o impacto da sua utilização no trabalho e nos negócios.
Gestão do Tempo
Planear e gerir o seu tempo de forma eficaz é essencial para um bom desempenho organizacional.
Permite melhorar a produtividade e equilibrar melhor a vida pessoal e a profissional.
As novas tecnologias disponíveis podem ajudar na gestão do tempo.
Também são importantes estas competências para se exercer o soft power, na expressão de Joseph Nye.
Desenvolver as Soft Skills
Aprender a gerir emoções, primeiro apercebendo-se de que está sob uma forte emoção, tomar consciência dela e não reagir instantaneamente. Ficar em alerta, focado não no problema que causa a emoção mas na resolução do problema.
Melhorar a gestão do seu tempo, evitando a interrupção de tarefas que está a fazer, a não ser que o motivo seja urgente ou crítico. Se a interrupção poder ser adiada agende a questão para um “timing” mais adequado. Comunique de maneira educada e simpática, mas não tenha receio de não poder dizer sempre que “sim”.
Peça sempre feedback às pessoas que o conhecem pessoal e profissionalmente, para avaliarem as suas competências pessoais e use as respostas para melhorar, sempre.
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