Alterações Climáticas e a Emergência Climática
O relatório “United in Science 2022” analisa as alterações climáticas e evidencia uma emergência ao revelar que as concentrações de gases de efeito de estufa continuam a aumentar e, segundo os cientistas, as metas de redução de emissões definidas no Acordo de Paris têm de ser sete vezes mais ambiciosas, para se chegar ao objetivo de não ultrapassar o aumento de temperatura de 1,5 graus centígrados em 2030.
O Acordo de Paris, celebrado por 196 países em dezembro de 2015, estabelece que até 2030 devem ser dados os passos necessários para limitar o aumento da temperatura no planeta até 1,5 graus centígrados.
O relatório “United in Science 2022”, coordenado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), alerta para o facto de o Mundo se estar a aproximar de “pontos de inflexão” (tipping points), mudanças irreversíveis no sistema climático, à medida que o aquecimento global aumenta.
As alterações climáticas são cada vez mais voláteis e extremas, afetando a vida de milhares de pessoas em todo o Mundo.
Fenómenos de seca extrema, tempestades tropicais, furacões, ondas de calor, incêndios florestais, inundações e perdas continuadas de gelo, são fenómenos que nos têm atingido cada vez mais.
Mesmo em relação à saúde, há maior prevalência de vírus, como o da dengue que é cada vez mais frequente em diferentes regiões do globo, por proliferar em climas mais tropicais.
Apesar das emissões de CO2 per capita terem vindo a diminuir na União Europeia (UE) desde 2000, há países em que as emissões per capita aumentaram e, como refere Simon Stiell, responsável da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, ainda se está longe “da escala e do ritmo de redução das emissões necessárias”.
Daí a emergência climática que temos de abordar e ultrapassar.
Utilizando os dados das emissões de CO2 por países, verifica-se que os 28 Estados Membros da União Europeia são os que apresentam uma tendência consistente de decréscimo, mas nos restantes 7 maiores poluidores essa tendência não é tão forte.
“A ciência do clima é cada vez mais capaz de mostrar que muitos dos eventos climáticos extremos que estamos e enfrentar se tornaram mais prováveis e mais intensos devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem. Vimos isso repetidamente este ano, com efeitos trágicos. É mais importante do que nunca que intensifiquemos a ação em sistemas de alerta precoce, para construir resiliência aos riscos climáticos atuais e futuros em comunidades vulneráveis”, disse o secretário-geral da OMM, Prof. Petteri Taalas, acrescentando que a OMM está a liderar um esforço para garantir alertas precoces em todos os países nos próximos cinco anos.
De referir, também, que um terço das emissões mundiais estão ligadas à produção de alimentos, dois terços das quais com origem no desmatamento florestal para produção dos alimentos, incluindo pastagens para gado.
Para António Guterres, Secretário-Geral da ONU, o relatório da OMM mostra que as alterações climáticas e os seus impactos se encaminham para um “território de destruição” do Planeta.
É necessário aumentar o ritmo de substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energias mais limpas e renováveis.
No dia 4 novembro de 2022, António Guterres insta os leaders, que se reúnem no COP27 (Conference of the Parties) no Egipto, para reduzirem as emissões de gases com efeito de estufa em 45% até 2030.
Ficamos a aguardar o que os leaders nos irão trazer para mitigar esta emergência climática.
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